RESENHA: Wolverine, Inimigo do Estado - Mark Millar

      Na história apresentada aqui, Wolverine é chamado ao Japão para dar apoio em um caso de  sequestro envolvendo uma criança. Avançando nas investigações, o integrante dos X-Men logo se vê em uma armadilha, é emboscado e dado como desaparecido pela S.H.I.E.L.D. Após semanas de buscas sem sucesso, Wolverine é finalmente localizado na América do Sul. Gravemente ferido, o mutante é então resgatado por um porta-aviões da S.H.I.E.L.D. Mas logo os agentes vão descobrir que, na verdade, eles é que foram encontrados. E que Wolverine não é mais o Logan que conheciam.


      Vítima de duas facções criminosas que uniram suas forças, a Hidra e o Tentáculo, Wolverine sofre uma espécie de lavagem cerebral e se torna inimigo do estado. Uma das armas de matar mais poderosas da face da terra, agora em mãos erradas. O mutante desencadeia uma série de ataques terroristas e a outros super-heróis do universo Marvel, rouba dados do mais alto nível de confidência do governo e da S.H.I.E.L.D., isso tudo enquanto tenta "recrutar" novos heróis para a Hidra e o Tentáculo.


      É uma hq clássica de super-herói. Divertida e violenta, com boas lutas. Elektra, o Demolidor, o Capitão América, o Quarteto Fantástico e os X-men são alguns dos "inimigos" que Wolverine vai enfrentar aqui. Mas tem algumas coisas que incomodam. As repetitivas cenas de pessoas comuns tentando parar mutantes com tiros e também as intermináveis lutas com ninjas que a gente sabe que estão ali só pra fazer volume e não irão conseguir ferir ninguém. Apesar da arte de John Romita Jr. brilhar nesses momentos, não é o suficiente para salvar o roteiro que, aliás, sobre muito com um problema clássico de engessamento. Para quem não acompanha hq's, vale lembrar que o universo Marvel é compartilhado, ou seja, tudo que acontece aqui tem consequências nas hq's de outros super-heróis. Resultado: temos um assassino mutante á solta, mas que não pode matar ninguém muito importante. Isso faz com que as lutas sejam legais, mas é só. Não consegui me importar com os personagens e nem temer a morte deles. Gostei muito mais da ideia de uma arma científica, que é o Wolverine, sair do controle do governo. Isso te lembra algum desastre?


      Não acredito que hq de super-herói seja uma coisa abaixo da literatura, só acho diferente, e talvez eu ainda não tenha encontrado a ideal pra mim. Então, se você é fã do gênero, não precisa ficar chateado comigo. Provavelmente tentarei outras. Mas nesse caso específico, acho que as fronteiras que Mark Millar não podia ultrapassar só limitaram uma história que poderia ser muito melhor se o roteirista tivesse mais liberdade.

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