RESENHA: A Maldição - Stephen King

       Bill Halleck é um advogado bem sucedido que vive com sua esposa e filha na cidade de Fairview. Aos 36 anos e pesando 113 kg, Bill é um potencial candidato a sofrer um ataque cardíaco em uma eterna guerra contra a balança. Mas, numa bela manhã, ao subir na balança e constatar que perdeu 2 kg, a felicidade de Bill é obscurecida por uma sombra que surge no fundo de sua consciência. Há alguns dias, ele atropelou uma idosa, mas tudo bem, era apenas uma cigana. Em uma cidade pequena como Fairview esses nômades não têm vez. O policial que atendeu a ocorrência só queria vê-los pelas costas e o juiz, que por acaso joga golfe com Bill nos finais de semana, se encarregou do resto. A justiça dos homens falhou, mas existem outros meios de se fazer justiça. Quando saía do julgamento do qual foi inocentado, Bill foi surpreendido por um velho cigano de nariz carcomido que o tocou e disse apenas duas palavras: "mais magro!" Aqueles 2 kg perdidos foram só o início de uma terrível maldição e agora Bill precisa correr contra o tempo antes que morra de inanição.

      "A Maldição" foi publicado pela primeira vez em 1984, sob o pseudônimo de Richard Bachman. Com um estilo de narrativa mais seco e direto ao ponto, o livro apresenta alguns problemas e, claro, não foi publicado pelo pseudônimo à toa, destoa das outras obras do King. O livro é curto e não temos aqui todo aquele desenvolvimento de personagens e ambientação que é característico do autor. O ritmo se assemelha a um thriller, mas tem os seus tropeços. O desespero de Bill em busca de respostas enquanto perde peso sem parar, as tensões e os dramas familiares que surgem, o mistério que acompanha o bando de ciganos, tudo isso vai bem até que surge um personagem meio Stallone e aí, na minha opinião, a coisa desanda. O livro volta as estribeiras no final e entrega uma boa conclusão, mas não é o suficiente para salvar o restante da obra. Por fim, "A Maldição" é um livro que trata da forma como lidamos com os sentimentos de culpa e de vingança. Por ser uma leitura curta e rápida, vale a pena para conhecer um pouco do material que King escreveu como Bachman, mas não é uma leitura memorável.

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