RESENHA: Pulp - Ed Brubaker & Sean Phillips



          Ed Brubaker é um premiado roteirista norte-americano, sete vezes vencedor do Eisner, mais conhecido por seus trabalhos com personagens da Marvel/DC, como Capitão América, Demolidor e Batman. Nos últimos anos vem se dedicando cada vez mais aos quadrinhos autorais e, ao lado de seu parceiro, o britânico Sean Phillips (WildC.A.T.s, Batman e Hellblazer), lançou uma série de petardos, entre eles: "Kill or be Killed", "My Heroes Have Always Been Junkies", "Criminal", "Fatale" e "The Fade Out". Lançado em 2021 e trazido ao Brasil pela editora Mino, "Pulp" figurou na lista de melhores do ano de muita gente e resolvi apostar nessa leitura. Foi apenas o meu primeiro contato com a já consagrada dupla, mas posso dizer que o hype é justificado.





          Ambientada na Nova York da década de 30, a obra narra a trajetória de Max Winters, um frustrado escritor que, a troco de poucos centavos, publica suas histórias de Velho Oeste em uma revista pulp. Velho, cansado e sem dinheiro, Max passa por um incidente que o faz repensar toda sua vida e decide que precisa fazer algo para virar o jogo. No auge de seu desespero, a beira de cometer um ato impensado, ele recebe uma visita misteriosa que irá reconectá-lo ao passado e colocá-lo na trilha de espiões nazistas. O problema é que uma vez conectado ao passado, pode ser difícil abandoná-lo.





          É um pouco difícil escrever sobre "Pulp" sem entregar demais da história. Pra não estragar a experiência de ninguém, optei por fazer uma resenha mais enxuta dessa vez. Essa é uma HQ concisa, de rápida leitura e dotada de um ritmo eletrizante. O plot é simples, mas executado com maestria. Em pouco mais de setenta páginas, a dupla Brubaker/Phillips dá uma verdadeira aula de narrativa e entrega uma história repleta de reviravoltas, com direito a muito sangue e violência, mas não privada de drama e sensibilidade. A obra também conversa muito com a ascensão do fascismo, que de tempos em tempos volta para nos assombrar. Quanto a arte, resta dizer que esta é primorosa. Alternando entre a NY dos anos 30 e as páginas da revista de Max, o elemento narrativo ganha vida nos traços de Sean Phillips e nas cores de seu filho, Jacob.





          Rápida, curta e certeira, "Pulp" é a HQ ideal para pegar após finalizar uma leitura mais densa ou até mesmo para curar a ressaca literária, a qual todos nós estamos expostos. Lê-la é como assistir a um bom filme de ação, não irá abalar as estruturas mas prenderá o leitor até o fim, garantindo um agradável passatempo. Já quero mais dessa dupla! Felizmente a editora Mino vem fazendo um excelente trabalho com o material de Brubaker/Phillips por aqui e mal posso esperar para ler outras obras.



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