RESENHA: Sombras da Noite - Stephen King


          Que Stephen King teve muito de seus romances adaptados para TV e cinema, isso não é novidade. "Carrie", "O Iluminado", "Cemitério Maldito", "It", é extensa a lista. E o mesmo se deu com seus contos, embora muitas das vezes só viéssemos a descobrir, anos depois, que alguns daqueles filmes clássicos de terror dos anos 80 haviam sido inspirados em sua obra. É o caso de algumas histórias de "Sombras da Noite", primeira coletânea de contos do autor, publicada originalmente em 1978. "Colheita Maldita", "O Passageiro do Futuro", "Mangler", "A Criatura do Cemitério" e "Às Vezes Eles Voltam" são algumas das adaptações que saíram dessas páginas.


          O livro reúne vinte contos escritos entre a década de 60 e 70, a maioria publicada anteriormente em revistas literárias. São histórias curtas e brutais, onde King dá voo livre a sua imaginação e nos presenteia com uma vasta gama de bizarrices. Vampiros, ratos mutantes, fungos alienígenas, máquinas possuídas, brinquedos assassinos, serial killers e vodu, esses são apenas alguns dos elementos com os quais vamos nos deparar ao longo dessa leitura. A obra não se limita ao campo do sobrenatural e também entrega histórias que primam pelo terror psicológico, colocando pessoas comuns em situações completamente desesperadoras. O drama também se faz presente através de narrativas que exploram, por exemplo, as relações familiares e o caso de um paciente com câncer terminal. Como de praxe, sobram referências às outras obras do mestre, como "Salém", "Dança da Morte" e "It, a Coisa". Referências à obra lovecraftiana também podem ser facilmente encontradas, sem dúvida essa foi a principal inspiração de King ao conceber "Jerusalem's Lot", conto que abre o volume.


          Apesar de ter alguns contos que fogem um pouco do gênero, "Sombras da Noite" é um livro onde o horror predomina. Muitas de suas histórias remetem ao filmes de terror trash, com direito a muito sangue, violência e mortes horrendas. Não por acaso a obra é tida como uma das melhores coletâneas do mestre (para muitos, a melhor), tamanha a sua regularidade e o alto nível das narrativas. Particularmente, houve apenas um conto que não gostei. Mas nada que comprometa. Por fim, o livro cumpre o que promete: suas histórias incomodam, afligem e atemorizam. Não há dúvida de que os fãs de terror irão se deliciar com isso aqui!

(Stephen King)

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