RESENHA: Pílulas Azuis - Frederik Peeters


          Frederick Peeters é um quadrinista suíço, nascido em 1974, na cidade de Genebra. Formado em Artes Visuais pela École Supérieure d'Arts Appliqués, é autor de obras aclamadas, como "Pílulas Azuis", "Aâma" e "Pachyderme". Publicado originalmente em 2001 e trazido ao Brasil pela editora Nemo, "Pílulas Azuis" é um quadrinho autobiográfico que relata seu relacionamento com Cati, uma mulher portadora do vírus do HIV. A obra foi vencedora do Polish Jury Prize (uma das principais premiações de gênero na Europa) e também faturou o prêmio HQ Mix de melhor edição especial estrangeira no Brasil. Em 2014, ganhou uma adaptação cinematográfica dirigida por Jean-Philippe Amar.

          Aqui nós vamos acompanhar de perto o cotidiano e o drama do casal, desde a revelação da doença até a aceitação, passando por todas as suas fases de medo, preconceito, ira, culpa e, claro, dúvidas. Muitas dúvidas! Apesar de estar entre nós já há algum tempo, a AIDS ainda carrega o estigma de tabu na nossa sociedade. E a ignorância, muitas das vezes, acaba levando ao medo e, consequentemente, ao preconceito. Nesse ponto, a HQ de Frederick é um verdadeiro antídoto. Além de tocante, o quadrinho é altamente informativo e não desprovido de humor. O autor consegue tratar do tema de uma forma muito leve, bonita, humana e ao mesmo tempo didática. Finalizada a leitura, muitos dos mitos que cercam o vírus caem por terra e o que fica é o aprendizado e a bela mensagem que a obra nos passa.

          Traçando um paralelo, essa leitura me fez lembrar muito um outro quadrinho, também autobiográfico, que li recentemente: "Não Era Você Que Eu Esperava", do francês Fabien Toulmé; onde o autor relata o drama acerca do nascimento de sua filhinha portadora da Síndrome de Down. Ambas as leituras me tocaram, cada uma à sua maneira, e me ensinaram muito. Então, já fica aqui a indicação caso você tenha gostado desse quadrinho.









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