RESENHA: Ratos e Homens - John Steinbeck


          Considerado um dos maiores escritores de língua inglesa do século XX, John Steinbeck nasceu em Salinas, no estado da Califórnia, no ano de 1902. Vencedor do Pulitzer (1940) e do Nobel de Literatura (1962), é autor clássicos como "A Leste do Éden", "Ratos e Homens" e "As Vinhas da Ira". Sua obra, marcada pelo realismo, costuma retratar miseráveis e trabalhadores de classe baixa, denunciando as injustiças sociais e escancarando a crueldade que assola o mundo. Muitos de seus livros ganharam adaptações cinematográficas, como é o caso de "As Vinhas da Ira" e "Ratos e Homens". E o autor também chegou a se aventurar em Hollywood, escrevendo roteiros para cinema.

          Publicado originalmente em 1937 e ambientado no período de recessão econômica da década de 30, "Ratos e Homens" conta a história de George e Lennie, dois amigos marginalizados pelo sistema que trabalham nas fazendas da Califórnia a troco de comida e abrigo. George é uma velha raposa, magricela e esperto que só. Lennie é o completo oposto, um gigante preso a uma mente de criança. E o que une duas personalidades tão diferentes é justamente sua condição de oprimidos. Juntos, eles são mais fortes. George é a cabeça pensante que tenta manter o amigo longe de apuros. Lennie é uma máquina de trabalho braçal, não há em toda Califórnia trabalhador melhor que ele, mas sua sensibilidade pode acabar atraindo problemas. Pelo caminho, a dupla irá se deparar com miseráveis, vagabundos e valentões, personagens cativantes ou detestáveis que poderão se revelar uma mão amiga ou um obstáculo em sua trajetória.

          Com uma narrativa nua e crua, mas não desprovida de sensibilidade, Steinbeck investiga a fundo a condição humana nessa obra magistral. Breve e de fácil leitura, o romance nos envolve logo nas primeiras páginas, tornando impossível deixá-lo a leitura sem saber os rumos de George e Lennie. A peculiar amizade entre os personagens é contrastada por um cenário hostil e um sistema opressor, no qual os desfavorecidos não têm vez. É uma história que ao mesmo tempo emociona e revolta, cativando o leitor para depois destroçá-lo. Sem dúvida uma experiência de leitura fascinante e altamente recomendada.

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