Formado em Londres, em 1979, o The The é uma banda de um homem só (ou de muitos, dependendo do ponto de vista). Sob o comando de Matt Johnson, o grupo nunca teve uma formação estável, sendo o próprio Matt seu único membro permanente. O que faz do The The quase que um projeto solo, certo? Errado! Porque se tem uma coisa que Matt nunca esteve, foi sozinho no estúdio. Ao longo dos anos a banda passou por diversas formações e contou com colaborações de Zeke Manyika, Jools Holland, Steve Hogarth, David Palmer, Sinéad O'Connor, Johnny Marr e muitos outros. Junta-se a isso a mente irrequieta e criativa de seu líder, e seu nada convencional modo de compor, e o resultado não poderia ser outro: New wave, pós-punk, synthpop, rock psicodélico ou alternativo? Indefinível, o som do grupo é peculiar demais para rotular.
Lançado em 1993, quando o The The contava com uma rara estabilidade em sua formação, "Dusk" nasceu da escuridão atmosférica do porão de um edifício em Shoreditch, Inglaterra. A banda sob o comando de Matt Johnson e o ex-Smiths Johnny Marr, amigos de longa data, se reunia ali para experimentar e compor por até 14 horas diárias e os integrantes mal viam a luz do dia durante o processo. Mas a atmosfera era boa e efervescia em criatividade. Nas palavras de Marr: "estávamos tentando encontrar alguma verdade sobre o estado em que o mundo se encontrava e sobre a condição humana."
Com letras mais sérias, políticas e existenciais, e uma sonoridade que navega entre a melancolia e a sensualidade, este é um álbum singular, assim como todo trabalho do The The, e que rendeu hits como "Slow Emotion Replay", "Love Is Stronger Than Death" e "Dogs of Lust". Destaque para as belas frases de gaita, os riffs hipnotizantes de guitarra e as ambientações de teclado. Tudo isso faz de "Dusk" o disco ideal para dar o play quando bate a solidão e aquele vazio existencial. Ouve aí!
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