RESENHA: Depois - Stephen King


          James Conklin é uma criança diferente, ele vê gente morta. E não só isso, ele fala com elas! Mas, seria isso um dom ou uma maldição? Criado pela mãe solteira e à sombra de uma de uma situação financeira nada confortável, o pequeno Jamie tenta levar a vida dentro da normalidade. Ele faz a lição de casa, joga com os amigos, assiste TV, come muita porcaria e, às vezes, conversa com um morto ou outro.

          Parecia uma coisa com a qual daria para conviver, até que Liz Dutton, companheira de sua mãe e detetive policial, o arrasta para um caso envolvendo um psicopata terrorista, traficantes de drogas, e claro, alguns fantasmas nada amigáveis.

          A narrativa se dá com Jamie já adulto relembrando fatos da infância. É um livro que fala muito sobre amadurecimento, as escolhas que fazemos ao longo da vida, os segredos que guardamos e a forma como encaramos nossos medos e traumas. Apesar de ser um romance curtinho (menos de 200 páginas), possui muitas camadas e rende uma leitura que vai muito além do suspense.

          Falar de King é chover no molhado, né? No auge de seus setenta e poucos anos, o autor não reinventa a roda, mas entrega uma boa história com personagens complexos, bons diálogos e uma trama envolvente. Em algum lugar entre o drama e o thriller, e com pitadas de horror, "Depois" é uma obra que irá agradar tanto os leitores de primeira viagem quanto os fãs mais aficionados. E para aqueles que gostam de explorar o multiverso, o livro reserva algumas surpresas.


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