RESENHA: Dylan Dog #22 - Frankenstein


          "Frankenstein" é um dos meus livros favoritos e quando resolvi começar a ler Dylan Dog não pensei duas vezes antes de escolher este volume. Na trama, o despertar de uma criatura nos arredores de Londres é seguido por uma onda de estranhos assassinatos. Pessoas estão morrendo no melhor estilo "Scanners" (filme de David Cronenberg). Logo se descobre que não estamos diante de um serial killer qualquer, como suspeitava o inspetor Bloch, mas sim de um homicida dotado de poderes psíquicos. Isso mesmo, além da descomunal força física, aqui a criatura possui ainda capacidades excepcionais, como telepatia, telecinese, etc. É então que entra em cena Dylan Dog, o "detetive do pesadelo". Mas conseguirá ele resolver sozinho esse caso?

          Releitura de um clássico, ao mesmo tempo em que traz novos elementos o quadrinho conserva alguns traços característicos da obra de Shelley. Além de questionar a própria existência enquanto caminha sem rumo pelas ruas de Londres, o monstro também perscruta a mente dos passantes e se depara com depressão, prostituição, abuso de substâncias, medo, desespero, raiva... Ou seja, um mundo em caos! Mesclando elementos de terror, scifi, drama e policial, o roteiro de Claudio Chiaverotti, embebido de ironia, traz algumas críticas sociais e nos deixa o questionamento: afinal, quem são os verdadeiros monstros da nossa sociedade?

          A arte em preto e branco de Giovanni Freghieri dota a obra de um clima noir e traz inúmeras referências a cultura pop, replicando cenas clássicas do cinema, como o já citado "Scanners", "2001: Uma Odisseia no Espaço", "O Homem Mosca", e claro, o "Frankenstein" de 1931. Ainda no campo das referências, há também as literárias. Ao longo da leitura, iremos nos deparar com citações que vão de Oscar Wilde a Hermann Hesse. Como podemos ver, é um quadrinho pequeno em volume mas rico em camadas. Ao fim, a trama ainda nos reserva um poderoso plot twist que vai fazer com que você queira reler toda a obra, dessa vez com um outro olhar.









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