RESENHA: Martin Mystère #1-2: Intriga em Pequim / O Exército de Terracota

          Me lembro vagamente de ter visto o desenho de Martin Mystère na TV aberta quando criança. Muitos anos depois, quando desbravava o catálogo da Bonelli, veio a surpresa: Martin Mystère era um fumetti! Acho que nem era um desenho que eu gostava muito, mas essa descoberta acabou despertando a minha curiosidade. Criado por Alfredo Castelli no início dos anos 80, o personagem é uma espécie de Indiana Jones, menos aventuresco e mais culto. Suas histórias exploram temas como arqueologia, antropologia, ocultismo, história, arte e cultura, com um quê de divulgação científica e uma pegada meio didática.


          Para conhecer o personagem, comecei pela número um da atual publicação da Mythos. Essa aventura começa em "Intriga em Pequim" e termina em "O Exército de Terracota". A trama se passa na China, onde Martin e seus amigos estão em visita para gravar um documentário, e gira em torno de uma disputa política entre dois grupos, um deles a favor do livre comércio da China com outros países e outro que defende uma estrutura mais fechada ao exterior. E esse conflito acaba descambando para uma acirrada batalha entre oriente e ocidente, com direito a conflitos bélicos e seres fantásticos.


          O fumetti não me cativou e eu achei o roteiro um tanto confuso. A impressão que tive é que Castelli jogou ideias demais em uma história que tinha pouco espaço para se desenvolver. Senti as coisas um pouco corridas e a intervenção de seres mágicos soou mais como Deus ex machina. Além disso, não curti muito a arte. Em alguns momentos, Deidda tenta retratar com detalhes os cenários chineses e o quadro acaba ficando um pouco "poluído" demais. Pesquisando por aí, vi que essa aventura não é muito amada entre os fãs de MM. Talvez eu não tenha começado mesmo do lugar ideal, então pode ser que eu dê outra chance ao personagem em algum momento.


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