Criada por ninguém menos de Gianfranco Manfredi, "Adam Wild" é uma série de aventura da Sergio Bonelli Editore, iniciada em 2014, na Itália. Ambientada no continente africano, a série traz um protagonista no estilo Indiana Jones. Adam Wild é um aventureiro irlandês, amigo da garrafa e apreciador da natureza, que luta contra as injustiças sociais. Suas aventuras se passam em uma África na qual o tráfico de escravos foi abolido, mas ainda acontece por debaixo dos panos. Para libertá-los, Wild enfrentará traficantes árabes, caçadores impiedosos, tribos sanguinárias e feras selvagens que ousarem contrariá-lo. A série foi trazida ao Brasil na íntegra em oito volumes pela editora Saicã.
Apesar do tom aventuresco, "Adam Wild" também traz camadas de críticas sociais, antropologia, colonialismo, relação homem e natureza, etc. Manfredi é um exímio pesquisador e isso reflete na ambientação, que brilha com todo vigor aqui. E os desenhos, que aqui se revezam nas mãos de três artistas (o italiano Nespolito e os sérvios Krstic e Perovic), roubam a cena em diversos momentos, rendendo belas paisagens que retratam a fauna e a flora africanas. É um trabalho realmente bonito de se ver!
Mesmo contendo certos clichês, a leitura acaba se tornando cativante por toda essa ambientação exótica e também pela divertida personalidade do protagonista. Mesmo sendo um libertador que luta por uma boa causa, Wild não faz nem um pouco o estereótipo de mocinho: ele bebe, é mulherengo, se entrega às paixões, às vezes é um pouco impulsivo, falho, ou seja, ele é extremamente humano. Suas aventuras também costumam trazer momentos de humor e descontração, o que faz dessa uma leitura bem divertida.
Longe de ser o meu Bonelli favorito, a série tem o seu valor e vale a leitura (acho que Manfredi sempre é válido). Mas não será a minha prioridade em um catálogo tão vasto e com outros personagens que chamam mais a minha atenção. Afinal, é muita coisa saindo ao mesmo tempo e acompanhar tudo é complicado, pra não dizer impossível. Temos que fazer nossas escolhas e, por enquanto, Wild fica no banco, mas não fora do meu radar.
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