RESENHA: Nick Raider #1

          Criado por Claudio Nizzi em 1988, "Nick Raider" é mais uma série policial da Bonelli. Diferente de "Júlia", onde temos foco na psicologia e no trabalho desempenhado por uma criminóloga, aqui temos um policial mais clássico, repleto de ação e digno dos filmes dos anos 80 e 90. A série é protagonizada por Nick e seu parceiro Marvin, que percorrem as ruas de Nova York desvendando crimes, empreendendo perseguições, trocando tiros com traficantes, etc. Atualmente, o personagem é publicado pela editora 85, que traz o já consagrado formato 4x1 com histórias inéditas aqui no Brasil.


          Esse primeiro volume compila quatro histórias publicadas entre 1990 e 1991, na Itália, com Nizzi e Ferrandino se revezando no roteiro, enquanto a arte é assinada por Antinore, Straffi e Gustavo Trigo. Na primeira delas, "Uma voz da escuridão", vamos acompanhar o que parece ser o caso de um serial killer com um modus operandi curioso: ele só mata cegos. Em "Missão no Bronx" o passado de Nick vem à tona em uma historia repleta de drama, corações partidos e gângsters, trazendo de pano de fundo algumas questões sociais. Já "Um ninho de cobras" trata de um drama familiar recheado de reviravoltas e traições na alta sociedade. Fechando o volume temos "Vidas vendidas", o caso de uma jovem desaparecida que acaba desvelando o lado mais sórdido do ser humano com direito a um obscuro mercado envolvendo pornografia infantil.


          Por ser um policial mais clássico, confesso que não esperava muito da leitura. Achei que não fosse ver nada que já não tivesse visto (e de fato não vi), mas o segredo aqui está na narrativa. São histórias que prendem! As tramas são bem construídas e as cenas de ação são muito cinematográficas, e o resultado são histórias gostosas de se ler em noites em claro, que divertem e entretêm, sem soar como algo bobo. "Nick Raider" é o puro suco do gênero policial, com todos os seus clichês, mas também com suas virtudes. Um personagem que sem dúvida voltarei a ler, afinal, noites insones é o que não tem faltado por aqui, e Nick se mostrou uma boa companhia.




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