Neste terceiro volume chegamos à uma das histórias mais clássicas de Ken Parker: "Chemako". Após o trágico desfecho da aventura anterior, Parker perde a memória e é encontrado por uma tribo hunkapapa. Acolhido em meio aos indígenas, nosso herói mergulhará em uma jornada em busca de si mesmo. Com uma sensibilidade ímpar, é uma história que retrata com riqueza os costumes e as crenças dos hunkapapas, além de explorar temas como a relação entre homem e natureza, a troca de cultura entre diferentes povos e a busca por identidade. Uma aventura repleta de passagens poéticas e diálogos marcantes, onde Parker irá do céu ao inferno muito rápido: talvez ele nunca tenha estado tão próximo da felicidade plena quanto aqui, mas tudo lhe é tirado de forma brutal.
Já "Sangue nas Estrelas" traz a primeira história do personagem sem os traços de Ivo Milazzo, na época ocupado em finalizar as artes dos volumes subsequentes, que não ficariam prontas a tempo. Para não comprometer a periodicidade da série, Giancarlo Alessandrini foi chamado às pressas (sim, aquele mesmo que se consagraria com Martin Mystère). Temos aqui uma aventura bem mais clichê e que poderia facilmente ser estrelada por Tex. A trama se desenrola em Paradise City, cidade sem lei que está nas mãos de grandes comerciantes e bêbados arruaceiros. Ao chegar no local, Parker é assaltado e terá o seu senso de justiça desafiado ao ser incumbido do cargo de xerife. O fato de ser uma história clichê não quer dizer que seja ruim. Roteiro e arte, tudo é muito bem executado e entretém. Apenas não é uma história que traz camadas mais existenciais e filosóficas, como estamos acostumados a ver em Ken Parker.
Temos neste volume talvez a melhor e a mais morna das aventuras de Ken Parker até o momento. Na média, a série continua muito boa e segue empolgando. Apesar de ser um pouco abaixo, "Sangue nas Estrelas" acabou servindo pra dar uma oxigenada e não tenho duvidas de que no próximo volume a dupla Berardi e Milazzo virá com tudo. Ken Parker segue colorindo as minhas manhãs de domingo e mal posso esperar para dar continuidade na leitura.
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