RESENHA: Dragonero - A origem

          Continuando minha peregrinação pelo maravilhoso mundo da Bonelli, chegou a hora de finalmente encarar Dragonero, série de fantasia criada em 2013 pela dupla Luca Enoch e Stefano Vietti, e um sucesso estrondoso na Itália. Este é o especial de abertura (uma espécie de número zero da série) que acaba de ganhar uma edição colorizada, publicada aqui pela Panini. Trata-se não só da apresentação do protagonista Ian Aranill e de seus coadjuvantes, mas também de todo um mundo. Afinal, estamos falando aqui de alta fantasia, isto é, todo um universo ficcional, com suas próprias regras, leis, criaturas e particularidades. Na trama, um mago detecta a volta de um grande mal e corre contra o tempo para evitar o pior. Para isso, ele irá recrutar Ian Aranill, um batedor do Império. Juntam-se ao grupo outros personagens, como o orc Gmor, a tecnocrata Myrva, a guardiã Ecuba e a pequena elfa Sera.



          Falando em personagens, esse é o primeiro ponto que chama a atenção aqui. Todos eles são muito bem construídos, com habilidades distintas e motivações próprias. É muito interessante acompanhar a química entre esse grupo heterogêneo. Com destaque para Gmor, o orc, que proporciona um humor peculiar. O segundo ponto é a concepção de mundo, ao autores criaram aqui um universo riquíssimo com diversas criaturas, castas e guildas diferentes, e com a relação entre elas variando entre amigáveis e tomadas de um ódio mortal uma pela outra, resultando em um complexo cenário político que será melhor explorado ao longo da trama. Quanto à arte, só posso dizer que ela é deslumbrante. As cores caíram muito bem em Dragonero, evidenciando ainda mais as nuances desse mundo fantástico. O resultado é um verdadeiro deleite para os olhos.

          Percebe-se que a obra bebe de muitas fontes, principalmente no que diz respeito aos clássicos do gênero, mas ainda assim consegue soar como uma fantasia bastante original. A história deixa suas arestas, mas acredito que isso seja proposital, já que essa é apenas uma aventura de abertura e também seria totalmente inviável apresentar todo esse universo em poucas páginas. Claramente, a HQ foi feita como um convite para a série regular e funcionou pra mim. Sem dúvida irei atrás da mensal, pois estou bem curioso com o mundo de possibilidades aberto aqui. Ele é enorme e a leitura promete!


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