Hora de voltar a falar de uma das minhas séries favoritas: Ken Parker, que continua excelente neste volume nove. Aqui, nós iremos acompanhar duas histórias que remetem ao faroeste clássico, sem se privar de trazer reflexões mais apuradas acerca de temas como raça, violência e questões sociais. "A longa trilha vermelha" apresenta uma trama perversa e sanguinária que perpassa o longo histórico de ódio e violência entre o homem branco e os povos originários. Ken Parker está em busca de duas crianças apaches e as descobre em uma espécie de circo do horrores, mantidas sob condições sub-humanas. Infelizmente, ele chega tarde demais para salvá-las e a morte dos pequenos lançará a ira dos apaches contra uma vila inteira, reacendendo um conflito histórico que vem de séculos e que já ceifou (e continua ceifando) muitas vidas. É uma narrativa muito pesada e carregada de violência, com Berardi tratando o tema com a seriedade que ele merece e tendo os seus momentos de horror muito bem retratados nos desenhos de Renzo Calegari e Giorgio Trevisan.
"O expresso de Santa Fé" traz a clássica história de assalto ao trem, cena corriqueira nos filmes de faroeste. No caso em questão, trata-se da comitiva que transporta o soldo dos militares. O comboio é é alvo de uma quadrilha sem escrúpulos, que comete o assalto com requintes de crueldade e foge, deixando uma trilha de sangue e morte pelo caminho. Parker se junta aos militares e parte na perseguição aos bandidos através do Novo México. Uma jornada arriscada e repleta de perigos, mas também com certa dose de humor e que permite alguns recortes sociais perspicazes, principalmente no que diz respeito aos menos favorecidos. A narrativa é muito envolvente e levemente suavizada por momentos de descontração, fazendo desta uma leitura bastante agradável e difícil de largar. Os desenhos aqui ficam à cargo de Giancarlo Alessandrini, já veterano na série e que claramente apresenta uma evolução em relação aos primeiros volumes que desenhou.
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